domingo, 11 de outubro de 2009

I am Bandini.

"(...)De manhã, acordei e decidi que devia fazer mais exercícios físicos, e comecei imediatamente. Fiz vários exercícios de flexão. Escovei os dentes, senti gosto de sangue, vi pontos rosados na escova de dente, lembrei-me da propaganda e decidi sair para tomar café.(...)"

Logo na primeira página de Pergunte ao pó(Ask the dust) - Fante, John - me deparei com este treco (um de muitos) os quais me identifiquei. Devo dizer que identificar com trechos escritos por alguém há tanto tempo só me mostra o quanto não pertenço (ou não quero pertencer) a esse tempo medíocre. " A poesia morreu, creio eu."(poema curto) -
Ler algo que arrebata e ao mesmo tempo que te empolga te sufoca, te joga para cima e para baixo. Como se ficasse seguro apenas por uma ponta de faca prestes a cair.

"(...) aí um montão de tempo se passou quando parei diante da vitrine de uma tabacaria e fiquei olhando, e o mundo inteiro se apagou exceto aquela vitrine, e fiquei ali e fumei todos os cachimbos(...)"

Estranho que esse tipo de leitura me remete a lugares e coisas que já vivi e até pouco tempo atrás julguei morta dentro de mim. É como se reacendesse uma memória , e essa mesma fosse uma pequena luzinha e de repente... voi lá, temos um farol aceso com potência para iluminar a porra do continente todo.


P.s - Descobri que tem um filme desse livro, e não irei assistir.

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