quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Coma Diário

A cada dia que vai passando vou me arrastando na leitura de "Diário" - Chuch Palahniuk. Esse é um daqueles livros que vão te enlaçando devagar. Diferentemente de "Monstros Invisíveis" e "Sobrevivente" Diário é uma novela e as coisas vão acontecendo no percurso do livro. No primeiro - Monstros Invisíveis - a narrativa começa já próxima do desfecho, Shannon vive indo e vindo em suas memórias. Em Sobrevivente a narrativa começa do último capitulo indo ao primeiro, quando acham a caixa-preta do avião sequestrado pelo mesmo. Em Diário novamente vemos os personagens criando cada vez mais vida e mostrando a hipocrisia humana sem máscaras e ou bandaids. Desta vez há o coma, a escola de belas-artes, as relações de matrimônio, familiares em geral, dinheiro, ideologias. A trama é bem mais complexa que as anteriores, além de ser um livro mais denso pois nem sempre é o mesmo narrador e todo cuidado é pouco para não se perder, embora cada personagem tenha voz própria.

"Dê uma olhada no espelho. Veja bem seu rosto. Veja seus olhos, sua boca.
É isso que você acha que conhece melhor."

Os temas abordados vão além de uma simples história linear das (des)venturas de um casal, um em coma real, e outro em "coma" em vida.
"Todos estamos em coma, você só não sabe o seu.(...) Beber é meu coma pessoal"

"Você está condenado a ser você(...) A sua caligrafia. O modo como você anda. Que padrão de porcelana você escolhe. Tudo isso lhe denuncia. Tudo o que você faz mostra a sua mão.
Tudo é um auto-retrato.
Tudo é um diário."

Apenas alguns fragmentos...
Em época de bienal, postarei a relação dos personagens oriundos de uma faculdade de belas-artes e meus pontos de vista da mesma maneira.

Síndrome de Stendhal foi o que senti lendo este livro.

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