sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Prelúdio de morte - Peça abandonada.

Uma peça abandonada que voltei a escrever. Só para não dizer que esqueci de postar coisas que vão além de comentários inúteis.




Cena 1 - Ato I
Lá eu estava, deitado com pensamentos nefastos. De um lado uma espada, do outro uma caneta. Eis que surge a Morte personificada, rosto brando e pálido com olhos congelantes.
Não me apavorei, afinal chamara por ela. *

Morte:   Sinto o cheiro de longe daqueles que chamam meu nome. 
Jovem : O desejo de sentir-te em meus braços   transpassa qualquer barreira deste pequeno lugar chamado Terra.
Morte: Se estou aqui rondando, implica em uma escolha a ser feita. Nunca ousei discordar de um homem com uma espada na mão.
Jovem:  Na minha cabeça pairam as duvidas. Te chamei, gostaria que me tirasse desse mundo.
Morte: E o que te faz pensar que te levarei para outro, jovem?
Jovem: Agonizei minha vida toda, rastejei sobre as estepes. Letárgico deitei nos bosques, procurei o que nunca pude encontrar. Agora só me resta deixar este lugar.
Morte: Eu faço meus próprios julgamentos. E tudo indica que para cruzar o portão final comigo, terás que realmente valer a pena.  Meu juízo é definitivo.
Jovem: Me carregue agora, crave esta espada no meu peito, estanque esta ferida que machuca mais que pele rasgada.   Esta chama que consome minh’alma e com ela toda a vontade de me locomover.
Morte: Caro mortal, Se confusão o que sentes, como podes agir sem pensar?
Jovem: Cara Morte, como podes meu pedido recusar?
Morte:  Se fores justo, sua alma irei levar.
Jovem: Seja rápido para minha vida findar.
Morte:  Faremos a sua vontade se caso passar no teste. Terás apenas uma chance, e se caso glorificar-se te darei uma oportunidade jamais cedida a qualquer mortal.
Jovem:  E se caso falhar?
Morte: Condenado serás   vagarás por aí  com o que pros outros mortais seria uma dádiva. Na vida eterna viverás, e nunca mais me verás.
E assim ela saiu, puxando-me pelo braço com uma pressa jamais vista. *
____



 Cena 2 - Ato I

*: (considerando narrado off ou não, serve como descrição do cenário
Jovem: Onde estamos?
Morte: Esse lugar é o qual podemos chamar de lugar nenhum.
Jovem: Mas o que queres que faça? Farei. Devo provar que sou digno e sentir teu ar mórbido pela ultima vez  enquanto atravesso a ponte.
Morte: Cuidado, Não será qualquer coisa que terás que fazer. Encare isto como uma jornada onde descobrirá o que a sorte irá te guardar.
Jovem: Não temo nada, senhora. Já enfrentei toda espécie de monstros com minha espada. Minha espada derrubou menos sangue do que eu lágrimas. Caminhei por muitos caminhos mas todos... Oh, todos me levam em tua direção. A brisa fria que congelava meu resto, sequer compara-se com o ar que emana do teu manto. Duvido que exista tarefa mais árdua do que viver. Não será uma jornada em vão, voltarei exausto para finalmente descansar nos teus braços.
Morte: Tua convicção é admirável, mortal.  Logo, verei  se mereces por mim ser ceifado.

2 comentários:

Fernanda Rodrigues Barros disse...

I don´t know if you showed me this play once or if I am dreaming...lol but it´s necessary to say: it´s deep. Sometimes the young guy say words that could kill the death and other times it´s the death who say sentences so strong... actually they (death and guy) are you. Drawings... impossible don´t remember about them.. about moments they were born...

Juh disse...

Posta mais, vai. :)
To gostando.... me prendeu.... quero ler o final

Beijão
Ju