segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O rótulo e as denominações

Não há nada mais cretino que alguém que diz:
_ AH, eu sou "blablabla".


Houve um tempo em que as pessoas rotulavam as outras, coisa do passado!
Agora elas mesmas fazem isso! Em tons cinza desbotados esboçam personalidades existentes para fazer o que todos fazem:
_Aceitação!

É a dança do momento, a música do momento, o livro do momento. Ah, toda essa droga que eu to cansado de ver e meus olhos já debulham-se em lágrimas internas vendo esse show barato de quinta categoria. Certa vez me disseram:
_É engraçado isso que tu critica, porque em vez de pensarem eles aplaudem. E só idiotas aplaudem quando são chutados na cara ao invés de retribuir na mesma ou pior idéia.
Problema que hoje em dia, o ser humano só busca uma coisa e é aparecer!
A eterna competição idiota entre os machos (agora as fêmeas também para não soar machista) nessa besteira de ficarem medindo forças. Enfim, se entrar numa briga inútil já não é estar derrotado?
Complicado isso a busca pela diferença torna qualquer ser igual, ainda mais se ele já atribui a si mesmo qualidades pré-existentes nesse macrocosmo cliché.
Parece atualmente que as pessoas preocupam-se tanto com o que aparentam que tendem a deixar algo explícito quanto a isso:
-Olha só, sou diferente! - Sim, nisso atestando o ato de ser igual.
Nâo gosto de comparações, definições e estas porcarias. A grande verdade é que prezo por isolamentos mesmo. Tem horas que bate uma vontade de sumir, sumir existencialmente.
Aquela coisa que tu vê pessoas à tua volta falando, falando e nada dizem. Parece que falariam sozinhas, mas já que estás por perto serve tu mesmo. Falar por falar, patético. Seria isso solidão extremada disfarçada de companhia? Ou simplesmente atormentar o espaço alheio?
Respeitar as pessoas deveria ser mais fácil, e não uma escolha.
O pior de tudo que ninguém se preocupa com isso mesmo, estão tão ocupados com seus mundinhos fakes, sua aparência e seus status na sociedade (quando falo sociedade, me refiro aos micro aspectos da mesma, guetos "culturais".)
Estamos fabricando cada vez mais cones humanos. A única diferença é que cones não falam, e eu preferia os cones mudos, mas sempre há exceções.
Não dá pra sair acusando e chutando o todo por causa de alguns, mas constato que o processo empírico mostrou-me que interagir na maior parte das vezes é um tédio. Compartilhar então... Tornou-se uma valise de cornucópias carregadas por quimeras prateadas.
E quando subimos no barco em direção as profundezas do estige...
Quem iria?

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