sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Do nada até lugar algum - parte 1

1 -



As ruas estavam desertas, era primavera de 2007, tudo parecia estar na maior tranquilidade. Parecia que todos tinham sumido e eu era a ùnica alma viva por lá, você deve saber já assistiu muitos filmes de zumbis. Mas devo lhe alertar, existem coisas piores que você nem sequer imagina. Não estava nem muito frio e nem muito quente, parecia um feriado daqueles que todos lagarteavam-se ao sol da praia e você era o único que não quis ir pois estava de mau-humor. Aquele dia tinha me acordado as seis da tarde tinha acabado a bebida e os cigarros precisa comprar mais, quando saí me deparei com aquilo:
Vazio Absoluto.
Até aí normal, qualquer filme de zumbi ou thriller alienígena começa assim. Lá está você sozinho no meio do nada, de repente começa a ver pessoas maltrapilhas e cadavéricas correndo e gritando:
_Céreeeeeeeeeeeeeeebro.
Já lhe falei, não tem nada a ver com isso. Certamente alguma vez você já ouviu falar em fim do mundo? Dizem que sim, mas obviamente sabe também e na mesma proporção que cada um de nós é um mundo. Logo se o seu mundo acaba, o dos outros acabou. Essa é a minha lógica, e danem-se as outras.
Lembro-me que caminhei por horas e nenhuma alma encontrei, por um lado me sentia bem com essa situação, mas quando uma utopia torna-se real como devemos nos sentir?
Exatamente, desconfiados!
Costumava quando criança ir nos mesmos lugares que hoje frequento: cafeterias, livrarias e bancas de revistas. Estavam disponíveis só para MIM. Quando temos um cardápio cheio de opções à nossa frente agimos que nem Pérsofone, e depois tal como ela nos ferramos.
Quando peguei uma revista na mão senti exatamente o mesmo que ela quando esteve no Hades. "Foda-se, eu quero!". E não pensei nas consequências também, a história dela teve meio final feliz. A minha extende-se até hoje e parece não ter mais fim.
Veja bem eu falo muito pois não converso com ninguém faz mais de cinco anos então estou nervoso e meu ansiosismo para lhe contar é tão grande que atropelo histórias e fatos que lembro-me um pouco depois. Contar histórias é que nem pintar, sempre falta uma pincelada e acredite, nunca fica pronto só quando o mecenas arranca o quadro e diz "É meu.".
Vou contar como aconteceu, enquanto isso gostaria que me trouxesse mais um pouco dessa bebida.

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