E do meio do mundo prostituto
Só amores guardei ao meu charuto!
E que viva o fumar que preludia
As visões da cabeça perfumada!
E que viva o charuto regalia!
Viva e trêmula nuvem azulada,
Onde s'embala a viagem vaporosa!
Viva a fumaça lânguida e cheirosa!
Cante o bardo febril e macilento
Hinos de sangue ao poviléu corrupto,
Embriague-se na dor do pensamento,
Cubra a fronte de pó e traje de luto:
Que eu minha harpa votei ao esquecimento
Só peço inspirações ao meu charuto!
Álvares de Azevedo. (Citado por Rubem Fonseca)
Passamos a noite na companhia do Álvares , Pessoa e Espanca. Tomamos um vinho e fumamos charuto. Chego a acreditar que solidão é o estado de espírito dos quais almejam companhia.
Dança e Solidão
Nessa noite de dança e solidão
Regada a vinho e devassidão!
De cigarros acesos queimava
Esse coração tão destruído!
E calmamente sutil gritava
Um corpo todo corroído!
Demarramaste em mim teu vinho
Acompanhado porém, sozinho!
Mortalha que tanto vesti
De tanto querer desisti!
Morrer mais um pouco,
Embriagando-me de sanidade!
Seria EU mais um louco?
Ou apenas crueldade?
As leituras continuam, assim como os escritos.
Triste ver que tudo muda, menos eu.
Triste porém, não é cômico!
sábado, 8 de agosto de 2009
E do meio do mundo prostituto Só amores guardei ao meu charuto!
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